quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Mais um dia

 Eu quero acreditar que é cansaço, não desamor.


Que é o tempo curto, a falta de paciência, não que tudo tenha se exaurido.


Que o amor, que deveria ser para sempre, foi eterno em um curto espaço no tempo.


Quero acreditar, que o amor ainda está aqui, e que tudo isso é apenas falta de vontade, apatia, apenas estresse.


Quero acreditar que é um dia ruim, que não são vários consecutivos e cansativos.


Que os momentos bons, ainda são mais frequentes que dias sem riso e sem sorrisos. 


Quero acreditar que a vontade de estar junto, ainda é maior que a de ficar só.


Que o medo de perder não seja maior que querer a companhia. 


Acreditar que os dias de silêncio são necessários, e não imposições de uma chuva que nunca passa... 

Que se molhar nessa chuva por mais frio que faça, ainda seja melhor do que o sol que queima e machuca. 


Quero acreditar que não é o fim... que é só, e apenas, mais um dia que a noite é foda.

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Você sempre sabe

 Você sabe, sempre sabe...

"Só não sabe que sabe", diria o mestre.
Você sente, a mão treme.

Dá vontade de chorar. 
Um choro que ninguém vai acolher, vai enxugar.
O choro do adeus.

Porém antes dele vir você sente, 
sente o nó na garganta. 
Das palavras que não vão mais resolver.

Sente o vazio, deixado pela distância acompanhada. 
Do estar, mas não estar.
Do querer, mas não ser quisto.
De entender que o fim chegou, mas não querer dizer adeus. 

Pois o mundo que você deu, já não é mais suficiente.
Nem deveria ser, é pouco.
Mas era tudo o que você tinha.
Você sabe, já percebeu.
Entretanto, quer continuar, pois se acostumou.

Só que não é mais a mesma coisa...
Você só não quer ver, mesmo já tendo se dado conta.
Está nos detalhes...
Nas pequenas ações...
Aquele riso que não foi correspondido...
Naquela palavra que não foi dada.
No olhar, que se perdeu, ou que se encontrou, mas não mais em você. 

O que restou?
Não sei! 
Mas sei, que sei.

sábado, 5 de maio de 2018

Seria saudade?

Confesso, gostaria de ser lembrado...
Não necessariamente, que me procurassem e viessem até mim...
Apenas ser lembrado, quando alguém perguntasse, a um velho amigo,
ou uma velha companheira de risos e choros...

- "Por onde anda fulano?"

E com um leve sorriso, acompanhado de olhos quase marejados, respondesse:
"Não sei!"

Sabendo que dentro deste "não sei",
uma vida de memórias passariam,
momentos que a nova vida não apagou,
que continuam lá,
nos recônditos da alma,
em uma fotografia,
um filme,
uma música,
uma tarde despretensiosa,
um dia perdido...

Gostaria de saber,
que por um segundo que seja,
uma lágrima de saudade quase caiu,
e se caiu,
encontrou nos lábios o conforto de um sorriso gostoso,
pois esse momento traria o conflito das lembranças inesquecíveis,
com a dor da distância.

Por um momento apenas, seria suficiente.

sábado, 1 de julho de 2017

Me veja

Eu vivo fugindo destas linhas,
não por causa de você,
leitor(a) que não tem nada melhor pra fazer,
é por minha causa, que penso demais, que ajo de menos.

Que tenho medo do que estamos nos tornando.

Fujo, pois tenho tando para falar sobre minha perspectiva do cotidiano,
mas que vem carregada de imperfeições,
vícios,
dor,
lágrimas,
aparências,
preconceitos,
tristeza,
perdas,

e também, um pouco de amor.

Mas agora me bateu uma dúvida,
tenho medo daquilo que estamos nos tornando?
Ou daquilo que EU, me tornei?

Afinal, quem percebe a vida dessa maneira, sou eu!
Estaria me tornado eu um pessimista?
Não! Esse não sou eu.
Tenho (ou tinha?) sempre um sorriso nos lábios,
Tentava (tentava) enxergar o melhor da vida, do meu, e do cotidiano dos outros.
Não, não sou eu, esse pessimista!

O Pessimista, é esse estranho que me olha do espelho,
com um sorriso vacilante,
com rugas que mostram que ele já não é mais um garoto,
que o tempo passou.

Esse estranho com cicatrizes que revelam a dureza da vida,
e de algumas pessoas,
com lembranças de uma vida ainda querendo ser vivida,
com um olhar prescrutador,
me analisando do pés a cabeça,
meus movimentos,
me questionando se ele pode sair do espelho,
se ele pode sair das sombras,
apenas para depois falar:

"Eu disse, não é só pessimismo, estas pessoas estão cinzas, viciadas e chorosas, carregando mortos para onde vão, e matando com suas palavras, aquelas que encontram pelo caminho."

Eu sei que ele quer dizer isso,
seus olhos dizem isso pra mim,
eu também seu analisar.
Seu sorriso cínico não nega.
Mesmo agora,
quando não posso vê-lo no espelho,
eu sei.

É por isso que fujo, destas linhas miseráveis,
pois o Estranho está nelas,
o Pessimista da vida cotidiana se revela enquanto escreve (escrevo),
me confunde.
Então fujo.
Fujo desses momentos em que confundo fantasmas com gente viva.

Contudo, esse Estranho tão comum,
ainda enxerga um pouco de amor,
espero que ele veja isso,
daquele que o reflete.

domingo, 9 de outubro de 2016

"você é melhor sozinho"

Demorou...
Demorou tanto para eu entender tudo o que você quis dizer!
"você é melhor sozinho"

É uma verdade difícil de aceitar,
e até entender.

todavia, hoje,
não sei o porquê,
hoje, eu entendo.

Uma coisa é você estar sozinho,
outra é você ser sozinho..
E a terceira,
e talvez a mais dolorosa,
é a terceira opção,
"você ser melhor sozinho"

Não é uma imposição,
não é que os outros queiram se afastar de você,
porém, também não é uma escolha,
não é modinha,
não é um estado de espirito,
"você é melhor sozinho"

É a dura realidade, em alguns momentos até fantasiosa,
de que suas atitudes,
seu comportamento,
sua diversão,
e porque não, até o seu prazer,
muitas vezes não é compartilhado

Seu funcionamento como um todo,
é de alguém que está só,
e vai permanecer só,
não por escolha ou imposição,
mas puro e simplesmente,
porque "você é melhor sozinho"

É estranhamente corriqueiro se enxergar assim.
Ou
é corriqueiramente comum, enxergar o estranho.

Pois, é um estranho que esteve aqui todo esse tempo,
desde antes de ouvir
"você é melhor sozinho"

Mas só no momento em que foi possível olhar nos olhos desse estranho,
vê-lo rir de forma cínica,
e reconhecer-se nesse sorriso sarcástico,
e nesses olhos prescrutadores,
é que eu pude entender...

Eu sou melhor sozinho.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

E ainda estão acordados

Sabe aquele momento da "bola na trave"?

Aquele momento,
em que você deveria ter dito uma coisa, ao invés de outra?

Aquela hora, que você deveria ter ido,
ao invés de ter ficado?

Sabe aquele segundo,
que você deveria ter aproveitado, e dito tudo que lhe veio a mente?

Aquele tempo que você deveria ter ficado calado,
escutado e agido?

Sabe?
Eu sei que você sabe!
Sei que esse sentimento de arrependimento lhe consome,
mesmo você dizendo a si mesmo,
que se "arrepende não do que fez, mas do que deixou de fazer e blá blá blá..."

Eu sei que o "quase" lhe persegue,
o "quase" daquilo que você deixou de fazer,
mas também o "quase" daquilo que você não deveria ter feito.

De ter ido um pouco mais para o meio,
quando deveria ter ido pra esquerda,
de ter esperado demais e ver o momento passar,
ou de ter agido cedo demais, e ter estragado tudo.
de saber que "oportunidades, podem aparecer semelhantes, mas as mesmas jamais"

Mas sabe o que eu quero lhe dizer, ao trazer à tona toda essa merda?
Todo esse arrependimento?
Sabe?

Eu quero lhe dizer,
a verdade que você não quer enxergar.

Que é o imponderável que rege as nossas miseráveis vidas...
Que é o acaso, aquilo que da sentido as nossas maravilhosas existências.

Que nossas escolhas,
por mais planejadas e arquitetadas que sejam,
por mais que achemos ter o controle dessa nossa passagem,
do chute antes da bola bater na trave,
do momento que tínhamos certeza do que dizer,
da hora que sabíamos por onde ir,
do segundo que o "certo" era extravasar,
daquele tempo, em que tudo estava nos dentro dos planos...
..Nada disso, teria feito diferença alguma,
mas o melhor disso, é que nunca saberemos....

A unica coisa que sabemos,
é que não importa a agitação que foi a vida...
e por mais cruel que ela tenha sido,
no sono que todos nós vamos ter,
vai existir a mesma serenidade.

Pelos menos para os que choram,
e ainda estão acordados.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Você deveria saber!

Sabe o que foi?
foram as coisas não ditas,
que as vezes, são piores do que as mal ditas...

Aquela discussão que foi calada,
com o medo de que algumas coisas fossem mostradas..

Foi aquela vez, que fingimos que não tinha nada acontecendo,
que "deixamos pra lá"...

Foram todas as vezes que a lágrima caiu pra dentro dos olhos,
e foi acabar dentro do peito,
e começaram a apagar certas chamas que estavam acesas,
e pareciam chamas eternas...

Foram aquelas vezes que os sentimentos foram considerados loucura,
"coisas da sua cabeça"
foi quando as coisas não tiveram "nada a ver"....

Foi quando as palavras foram engolidas,
em vez de serem vomitadas ou escrachadas,
foram quando as palavras deixaram de tentar resolver os problemas,
e se acumularam dentro de nós,
tirando o espaço de sentimentos tão belos,
sentimentos que nos aproximaram,
que nos uniram,
mas que sem eles... éramos estranhos.

Foi quando o cansaço chegou,
e depois dele a passividade,
e por fim o desanimo..

Eu queria ser otimista,
ser totalmente romântico,
mas sou apenas um quase romântico,
um melancólico pessimista.

Você deveria saber!