quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Eu realmente não sei!


Eu não sei! 
Eu realmente não sei!

Não porque não tenha pensado sobre isso, 
na verdade já pensei bastante, e cheguei...
a lugar algum.

Só sei que de repente acontece, 
quando menos se espera,
quando você menos espera.

Sim, eu estou falando de amor!

E não! Eu não sei quando ele acontece. 
Só sei que acontece.

Talvez por conta de um sorriso, 
um olhar, 
uma palavra, 
um gesto.....aaahhhh, 
não tem como explicar. 

só sei que muda tudo!

Ou sei lá...
só sei que muda algo!

Um pequeno detalhe,
e se começa a olhar o mundo de outro jeito, 
talvez de uma maneira mais colorida, 
talvez mais preto e branco, 
não sei. 

Só sei que de repente alguém invade sua vida, 
começando por seus pensamentos. 

De repente alguém é a ultima pessoa que se pensa ao ir dormir, 
e a primeira que se lembra ao acordar.

De repente estar na companhia de alguém, 
e só desse alguém, 
pode ser uma das melhores coisas do dia.

De repente tudo que se quer é ver e ouvir alguém. 
É sair de casa pensando - "nossa, hoje eu vou encontrá-la".

De repente as coisas ficam tão infantis, 
pois quando se está apaixonado, 
fica-se bobo e ingênuo como uma criança.
Uma criança que precisa aprender como agir, 
o que falar, 
o fazer, 
o que não fazer, 
o que não falar.

E é aqui que a verdadeira “cagada” acontece.

Porque nesse momento tudo é MUITO TUDO, 
e o nada.... é o fim do mundo.

Nesse momento um sorriso, 
uma palavra, 
um gesto... 
por menor que seja, 
é tudo que você precisa e quer, 
e quando esse sorriso não aparece, 
quando essa palavra não é ouvida, 
quando esse gesto não é sentido, 
é o fim... 
pelos menos por algumas horas ou dias.

Porque frente ao próximo sorriso, 
diante daquelas palavras doces ao ouvido, 
e daqueles gestos que fazem o corpo tremer.... 
voltamos ao início...
aquele momento de não saber nada, 
e de querer tudo.

E lhe digo uma coisa... 
exatamente para você que caiu aqui sem querer; 
ou mesmo querendo, 
O amor é querer tudo e nada ao mesmo tempo, 
é estar perdido e se encontrar... 
e continuar perdido, 
é procurar avidamente por alguém, e quando achar..... 
apenas se entregar, 
jogar-se pensando que pode voar, 
e se esborrachar no chão 
ou ser carregado até aprender a voar a lugares antes desconhecidos... 


Entretanto, não seja ansioso(a), 
cair ou criar asas...
É conversa para um próximo encontro...



quinta-feira, 1 de novembro de 2012

fantasma

Era um fantasma....
Estava apenas vagando!
Sem corpo, sem vontade, sem desejos!
Apenas vagando!

Ou era o contrário?
Tinha corpo,
vontade,
e o desejo de não mais vaguear sem rumo?

Era um fantasma...
Apegado no passado,
vagando por lugares antes coloridos,
vivos,
palpáveis.

Só que hoje era um fantasma...
Querendo que alguém ouvisse suas lamurias,
sua dor,
enxugasse suas lágrimas.


Só que hoje era um fantasma... 
Vagueando só...
Por onde sempre esteve acompanhado!

Mas não passava de um fantasma...
E fantasma é invisível,
fantasma não vive,
mas quer viver.

Então hoje não era mais um fantasma...
Não queria desistir..
Apenas queria que as coisas fossem como era antes.
tinha vontade,
tinha desejo...

Hoje era alguém!

O mundo era fantasma!


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

não me leve a mal!

Não me leve a mal! Eu não sei por que estou aqui!
Talvez seja o fato de não escrever já há muito tempo!
Talvez seja a insônia!
Talvez seja o cansaço!

Talvez seja essa vontade de estar em outro lugar,
de não estar aqui!
Só que aqui,
infelizmente agora...
é único lugar que posso fugir...
fugir para você, seja lá quem for!

Mas não se engane...
eu não estou aqui por sua causa!
embora eu queira que você esteja aqui....
mesmo sabendo que isto não é possível,
que tudo mudou,
que você mudou,
que eu mudei (ou pelo menos estou tentando)!

A nossa relação mudou, não é mais a mesma!
Foi estranho lhe ver,
falar com você então... nossa!

Eu fico me perguntando: quando tudo mudou?
o quanto mudou?

É estranho pensar nisso agora,
porque...
por mais que pensemos que o para sempre vai acabar,
que as coisas vão mudar,
que nada dura para sempre...
ainda sim nos apegamos na ilusão da eternidade!

Eu me apeguei a isto!
E sabe o que é pior?
é que não me arrependo...

"por que?"

Simples, eu ainda não desisti!
Entretanto não use da presunção agora...

eu não desisti?!

simplesmente porque vou achar alguém como você!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

improviso

Como são as coisas...
Como tudo muda com o tempo...

Se eu lhe perguntar como estará sua vida daqui há um ano,
você me dará um leque de possibilidades que provavelmente não acontecerão!

Desculpe ser tão direto,
mas isso é um fato!
As coisas mudam...

E as vezes não precisam de um ano para que você veja seus planos acaberem
ou se transformarem!

A vida é assim: dinâmica...
Tão dinâmica, que ela vive por conta própria!

A vida é assim: efêmera...
Tão efêmera, que pode passar e você não perceber!

A vida é complicada...
Tão complicada que quando a simplicidade aparece... você não acredita.

A vida é simples...
Tão simples... que complicamos.

A vida é dura...
Tão dura... que vale a pena viver.

A vida é fácil...
Tão fácil... que as vezes nos entediamos.

A vida é única...
Tão única... que repetimos alguns momentos quase sempre.

A vida surpreende...
E é tão surpreendente... que nos pega desprevenidos,
e quando vemos... tudo está diferente...

As vezes até assustadoramente diferente.

Por isso lhe disse no início como tudo muda com o tempo...
E fui até um tanto exagerado!
Disse que mudanças significativas acontecem em um ano!
Eu estava errado!

Talvez...
enquanto você lê essas cretinas linhas...
coisas mudaram.

E você terá que se reajustar a elas...

Vou lhe dar uma dica: aprenda a improvisar...
e quando a vida pregar suas peças...

não se engane você vai se fuder,
mas sabendo improvisar... 

você não se "fode" só!

terça-feira, 29 de maio de 2012

nosso

Nossa já fazia tempo... muito tempo!
Não porque não haviam coisas a serem escritas,
só estava esperando...
e esperando.
Pelo quê? Ótima pergunta.

Mas hoje eu queria escrever, não sei o motivo.
Talvez a necessidade de compartilhar,
sim, dividir os últimos acontecimentos!

Porém, agora que estou aqui,
lembro que a grande maioria dos últimos acontecimentos que me fizeram voltar aqui,
não são meus.
São de pessoas amadas,
e amantes.
Acontecimentos que atravessaram elas e por tabela respingaram em mim.

Então será que estes acontecimentos são meus também?
Talvez por isso a vontade,
a necessidade,
(e por que não) o desejo de falar.

Falar, que algumas pessoas tem razão e outras...
estão um pouco equivocadas!

Dizer: que não preciso mais enganar ninguém...
mas que se as pessoas quiserem se "enganar",
eu não as tiro da fantasia!

Falar: obrigado!
Você me mostrou uma coisa que há tempos eu vinha esquecendo e tentando desacreditar.

Falar: tudo ISsO meu amor, acredite em mim, vai passar.

Dizer: isso meu amor, acredite em mim, vai passar!

Falar: isso é apenas o início,
e eu realmente quero que dê certo... e estarei aqui se não der.

Dizer: posso ser sincero, ou tenho que mentir descaradamente?

E falar que o amor é para poucos,
a solidão para muitos,
e que os dois são para mim!

E que eu realmente,
sou melhor assim!

mas não se esqueça...
Isso tudo que quero dizer e disse,
pode ser meu,
mas pode ser seu!
E muito provavelmente pode ser nosso.





sábado, 21 de abril de 2012

enquanto isso... ruas vazias


Hoje vi as ruas vazias. 

Andei só por elas, 
não pense que estou reclamando, 
eu até gosto disso.
Dá para pensar sobre as coisas. 
Sobre as pessoas. 
Sobre sentimentos. 
Sobre sensações. 
Sobre idéias. 
Sobre planos. 

Hoje andei nas ruas vazias. 

Não havia ninguém. 
Enquanto andava pensava. 
Pensava que enquanto eu andava nas ruas vazias, 
tudo estava do mesmo jeito, 
só que com ruas vazias. 

Nada pára! 
Agora por exemplo, as ruas ainda estão vazias. 
E enquanto escrevo estas linhas, 
penso no ontem, 
no hoje, 
penso no amanha.
Enquanto escrevo estas linhas pessoas dormem, 
sonham com o ontem, 
com o hoje, 
sonham com o amanha.

Enquanto escrevo estas linhas pessoas choram, 
choram por causa do que aconteceu, 
choram por causa do que acontece, 
e por causa do que vai acontecer.

Enquanto escrevo...
pessoas sorriem e se divertem, 
se despedem, 
se reencontram, 
pessoas vão e ficam. 
Fazem o que precisam, 
escolhem, 
se arrependem.
Enquanto escrevo...
pessoas mudam,
voltam a ser as mesmas,
se perdem,
se encontram.

Enquanto escrevo...
mesmo com as ruas vazias,
um mundo de coisa continua acontecendo,
freneticamente e sem parar.

Enquanto transformo meus pensamentos em palavras,
o mundo continua girando,
aqui... lá.
Em todo o lugar.

Talvez por isso o poeta disse:
“não importa em quantos pedaços o seu coração se parta
 o mundo não pára para que você o concerte”
                   (Shakespeare)

Por que não importa se agora as ruas estão vazias.
O que tem de ser preenchido é o aqui dentro.   

sábado, 14 de abril de 2012

eu sei

Ontem eu procurei por você!
Ontem eu queria muito te encontrar!
Ontem eu esperei você aparecer, mas você não veio.

Queria ouvir sua voz,
queria tanto que você me fizesse sorrir. você não imagina o quanto.

A noite estava linda!
A lua chamava para brincar.
Queria brincar com você.

Queria compartilhar tanta coisa,
meu dia, minha noite,
meus sonhos, meus pesadelos,
meus sorrisos, minhas lágrimas,
meu amor, tudo.
Queria poder compartilhar tudo isso com você... não com qualquer pessoa, mas só com você.

Só que o tempo passou e não te encontrei,
você não apareceu.  Não aconteceu, não hoje.

As pessoas dizem que quando se pára de procurar, você aparece.

Não sei se é verdade, mas gosto de imaginar que um dia,
mesmo sem querer, você vai esbarrar em mim, e as coisas mudam.

Ou imagino ainda que você também está me procurando,
porque já estou cansando, estou cansado.

Não vou desistir, eu acredito que você está em algum lugar...
eu já te encontrei algumas vezes, só que você se foi.
só espero amor que você apareça mais vezes,
essas ainda não foram suficientes,
não se apresse, mas não demore.

Não vou mais te procurar,
vou te esperar.
só não tente se esconder,
até por que...


...eu sei que você existe,
mas em que parte deste planeta você está,
enquanto as putas continuam me encontrando?
Bukowski

segunda-feira, 26 de março de 2012

arrependimentos

Não se engane, a vida é cheia de arrependimentos!
Coisas importantes ou pequenas,
que se você tivesse a oportunidade de voltar atrás você voltaria,
e tentaria fazer diferente.

Nos arrependemos daquilo que deixamos de fazer.
Aquele momento que deixamos de agir,
de sair,
de fazer acontecer.
Aquele momento que deixamos de sorrir, de chorar.
Que deixamos de olhar,
que deixamos de dizer a verdade ou mentir.

Mas não se engane,
não nos arrependemos só daquilo que deixamos de fazer.

E sim, muitas vezes sim,
nos arrependemos tremendamente daquilo que fazemos.

Nos arrependemos daqueles momentos que agimos e deveríamos ter ficado na passividade.
Nos arrependemos daqueles momentos que saímos, quando deveríamos ficar só mais um pouco.
Nos arrependemos daqueles momentos que fazemos acontecer e deveríamos ter nos escondido na rotina.
Nos arrependemos daqueles momentos que sorrimos e deveríamos ter chorado.
Nos arrependemos daqueles momentos que choramos e deveríamos ter enganado.
Nos arrependemos daqueles momentos que olhamos e deveríamos ter fechado os olhos.
E principalmente nos arrependemos daqueles momentos que falamos a verdade e deveríamos ter mentido, e daqueles momentos que mentimos e deveríamos ter dito a verdade.

As pessoas gostam de afirmar que não se arrependem daquilo que fazem,
mas sim do que deixam de fazer.
Esta é uma boa forma de cometer os maiores erros e negar suas consequências tentando se enganar repetindo para si mesmo "pelo menos eu tentei".
Quando na verdade estamos desejando apenas voltar atrás
e refazer tudo de novo.

Ah quantas vezes você não quis voltar atrás e refazer tudo de novo?
Porém se isso fosse possível, talvez a vida perdesse muito de sua graça.

Mas sabe?
Não se engane.
Tem erros que você não precisa aprender cometendo-os.

Até porque as vezes é melhor se esconder na rotina do que fazer parte da história! 

sábado, 17 de março de 2012

pra você

Hoje eu queria poder escrever sobre qualquer coisa!
Queria poder escrever sobre o sol!
Sobre a lua,
sobre as estrelas,
sobre flores, sobre o mar.
Sobre a chuva que molha,
Sobre a chuva que passa!

Queria poder escrever sobre qualquer coisa mesmo!
Sobre aquele sorriso, sobre lágrimas,
sobre a dor, sobre a felicidade!

Queria poder escrever sobre o vazio,
sobre a plenitude... a completude.

Hoje eu queria poder escrever... sobre problemas,
sobre soluções.
Sobre o ir e vir.
Sobre as coisas que vem, as que ficam, as que passam e se vão.

Hoje eu queria poder escrever!
Escrever sobre as perdas,
sobre os ganhos,
sobre a saudade,
sobre a solidão, sobre a companhia!

Hoje eu queria poder escrever sobre família,
sobre religião, sobre a fé,
sobre política, sobre futebol,
sobre games, sobre filmes, sobre Dexter.
Sobre livros, sobre cultura,
sobre economia, sobre tudo ou sobre nada.

Hoje eu queria poder escrever sobre ser um romântico, ou um quase romântico.
Sobre "amores perdidos e amigos ausentes" (que não são poucos).

Hoje eu queria escrever sobre o amor, sobre a falta dele.
Sobre a embriaguez, sobre a ressaca, sobre esse cheiro nos dedos.

Hoje eu queria poder escrever sobre qualquer coisa, coisas complicadas, que levariam o dia inteiro para serem escritas, ou sobre coisas simples e banais,
que nem mereceriam estar aqui.

hoje eu queria escrever um conto,
uma crônica,
uma narrativa,
um poema,
um soneto,
um romance,
um suspense,
uma comédia... qualquer coisa.

Hoje eu gostaria de escrever sobre sentimentos, emoções.
Sobre a vida ou até sobre a morte.

Mas hoje eu não consigo escrever sobre nada disso, a inspiração foi embora, as idéias fogem.
Brincando de pega comigo, ou de se esconder.
As idéias fogem, ou porque já as usei e elas não querem se repetir,
ou porque ainda não está na hora de usá-las.

Não consigo pensar em nada,
há não ser escrever sobre você!
Na verdade, você é a única coisa que consigo pensar agora.
Mas escrever sobre você não é o que realmente quero fazer,
e sim escrever para você! e quero começar com uma pergunta:
afinal de contas, que diabos você está fazendo?
Qual a necessidade disso?
Pensei que tivesse aprendido, mas parece que você não aprendeu nada.
Era isso que você queria? corpos bonitos e mentes vazias?
tudo bem, me desculpe, vou refazer:
corpos bonitos e mentes que não lhe satisfazem, era realmente isso que você buscava?

Ah! você é feliz?
 Não me tome por um tolo.
Você quer encontrar felicidade, mas tem procurado da forma errada.
Não tente me enganar. Eu conheço você, mas do que qualquer um pode, ou vai conhecer.
Afinal de contas aprendemos juntos.

Na verdade acho que você não aprendeu nada.
Se aprendeu por que repetir os mesmos erros?
Repetir, recordar até elaborar?
Não! Por favor não me venha com essa sua psicologia barata!
Você não vai me convencer, até porque agora todo seu conhecimento não vale de absolutamente nada.
E você sabe que eu sei disso.

Viver o momento? Essa é a sua justificativa?
Não! me desculpe!
Os momentos que valem a pena são aqueles onde não há arrependimento depois!
Os momentos que valem a pena são aqueles que valem a pena serem lembrados com carinho e saudade.
Se seus momentos valessem a pena, você não estaria as quatro horas da manhã aqui, tentando encontrar um motivo para tudo isso!
Porque você até pode viver bons momentos, mas no fim, você dorme só!
E lembre-se enquanto você vive seus "bons momentos",
você deixa um rastro de pessoas machucadas que não tem nada a ver com tudo isso.
E o pior de tudo é que você também se machuca,
e agora não há ninguém para enxugar suas lágrimas.

Não, não me entenda mal.
Não é para você parar a sua vida, muito pelo contrário, viva ela!
Viva seus bons momentos, viva sua felicidade, seus ganhos, seus sorrisos, suas boas companhias.
Porém viva também suas dores, suas perdas,
suas mágoas e suas tristezas.

Porque enquanto você jogar isso para o canto. Seus fantasmas vão lhe assombrar,
fantasmas tão antigos que você nem lembra de quando eles chegaram.
E estão aí, e só irão embora quando você parar de fugir.
E não podemos viver fugindo, não de nós mesmos!

Então pare!
Não corra!
Você pode se perder!
Não viva o aqui e o agora!
Sinta o aqui e o agora.

Hoje você não precisa de um amor!
Hoje você precisa Do Amor, do seu amor! E enquanto você se acha...
eu vou pensando no que escrever!

quinta-feira, 8 de março de 2012

sonhei

Hoje eu sonhei com você!
Nossa! já não lembro a última vez que isso aconteceu!
Na verdade estou com dificuldade para lembrar de você. 
Não sei se isso é bom ou ruim, mas está acontecendo, diferentemente de um sonho isso é um fato real. 
Não consigo mais lembrar seu rosto. 
Seu jeito, seu beijo, seu cheiro... o sexo. 
Você como um todo estou esquecendo.

Mas hoje sonhei com você! 
Conversavamos e inevitavelmente nos beijamos, era o meu sonho!? 
E agora estou fazendo um esforço tremendo para lembrar de você, como se o que restasse fosse apenas um sonho, lembranças de um tempo há muito vivido, e com o passar do tempo esquecido.

Minha nossa, hoje eu sonhei com você! 
Mas como eu sonhei com você? Se eu não lhe conheço! Se eu não sei quem você é... se não tenho lembrança nenhuma de você! 
Como sonhei com você, se agora não há nada, não há um rosto ou um sentimento para que eu possa lembrar!?

E mesmo assim, hoje, eu sonhei com você! E foi tão real, tão vívido, tocável, tão possível. 
Porém não deixa de ser um sonho, pois agora estou só, e esforçando-me para lembrar...
mas não necessariamente do sonho... 

domingo, 4 de março de 2012

fale

Tem momentos que acreditamos... "não vão chegar!". Mas quando menos se espera... eles chegam.
Foi estranha a despedida. Não estava preparado.
Havia tanto a ser dito... tanto coisa velada... por tanto tempo!
E no fim apenas um abraço. 

Apenas um abraço? 
Ah! Lembre-se que alguns sentimentos, por mais escondidos e "resolvidos" que estejam, voltam a tona com um olhar, um sorriso, uma palavra... ou "apenas" um abraço.

"O" abraço, a oportunidade de dizer o que precisava ser dito: a verdade! 
Independente da consequência, a verdade precisava ser dita para não deixar mais situações por resolver.
Mas as palavras, adoram brincar conosco, e sumir quando mais precisamos delas. Ou então as vezes não querem sair para brincar.
 
Neste dia elas estavam difíceis, birrentas. Neste dia as palavras não conseguiram sair da garganta, e as lágrimas vieram falar por elas!
Mas tem coisas que precisam ser ditas, ditas com palavras! Nem sempre um olhar fala mais que mil palavras. As lágrimas não conseguiram fazer esta façanha.

Elas apenas caíram. caíram copiosamente, estranhamente, lindamente. mas impediram de falar!
Despedidas sempre são difíceis, e mais cedo ou mais tarde elas vem. 
Chorar em despedidas é o esperado, e mais cedo ou mais tarde as lágrimas caem (e falam muito, acredite).

Não se pode deixar entretanto, que as lágrimas encham os olhos e sequem a boca, calando palavras e sentimentos que precisam de uma voz!

sábado, 3 de março de 2012

não posso

Desculpe! Eu sinto muito. Não deveria ser assim, mas eu não posso. Eu realmente ainda não posso. Seria injusto com você, e principalmente comigo. Eu sei que suas intenções são legais, e acredite, eu gostaria muito que desse certo. Mas eu me conheço. Me conheço o suficiente para saber, que eu vou lhe machucar, que vou lhe fazer sofrer, e você não precisa passar por isso. Não precisa se colocar no meio deste furacão, não faça isso, não me seduza, porque infelizmente neste caso quem pode sair machucada é você. Infelizmente hoje não a lugar para você aqui, eu queria que houvesse, eu queria que fosse diferente, mas não há... mas não é. 

Eu não sei se no meio desta confusão toda há lugar para mim!? tanto que eu mesmo tentei fugir disto, e buscar um pouco de paz. Mas acabou, e eu voltei. Talvez para o lugar onde eu seja eu mesmo. Você me conhece, eu sempre estive a vontade aqui. Fui em busca de tranquilidade, entretanto talvez, seja a confusão que me agrade, a anarquia! 

Contudo dentro desta confusão você me pede algo que eu não posso te dar, uma paz, uma tranquilidade, perdidas. Em meio desta anarquia que são as coisas hoje, você me pede uma organização que não tenho. 

Eu realmente preciso ficar sozinho agora, se eu ficar com você, eu não estarei te dando o meu melhor. E não caia no erro de acreditar que você vai se contentar com as migalhas que agora é a única coisa que posso lhe oferecer. Migalhas de um sentimento que ainda abrem o apetite, mas não satisfazem a fome. 

Você está indo atrás de um pensamento, mas duvide deste pensamento, eu não posso lhe fazer feliz agora. Não do jeito que você quer, precisa ou merece. eu realmente sinto muito. Mas por favor, não se culpe, tampouco me culpe! Esse tipo de coisa não escolhemos. 

Eu imagino o que você esteja passando, acredite! É complicado quando não somos o objeto de amor do nosso objeto de amor. é doloroso! 

Porém mais doloroso que isso seria fazer você acreditar na completude de um amor inexistente, de um amor em pedaços. Pedaços que ainda precisam de um tempo para se reagruparem. 

Por isso lhe peço: não fique aqui! não me ame! não porque eu não mereça, mas porque você não merece estar no meio de tudo isso, desta tormenta. Fique longe, não me espere, e quando a chuva passar e eu deixar de me afogar na enchente, quem sabe eu convido você para nadar!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

parabéns

Tudo que deveria ter sido dito... havia sido!
Então por que?
Por que, a sensação de que faltava algo a ser dito,
não ia embora?
Não abandonava os pensamentos?
Não sabia explicar!

Afinal, tudo que deveria ter sido dito... HAVIA SIDO DITO!
Então por que a sensação de algo ainda na garganta?
Algo que deveria sair.

Não sabia se gritando,
se entre soluços,
se vomitado,
se cuspido,

se entre sorrisos,
se entre olhares,
se entre beijos.

Não sabia como,
mas deveria sair.
Estava se sufocando.

E acredite, se engasgar com sólidos é díficil.
(sufoca-se até ficar roxo, ou mete-se o dedo na garganta e alivía-se)
mas sufocar-se com sentimentos...
ah... é bem pior.

Por isso queria falar.
Já dizia o poeta: "falar ajuda a aliviar dores emocionais"

Mas, tudo que deveria ter sido dito... HAVIA SIDO DITO!
Com todas as palavras,
e com toda a carga emocional que elas carregavam consigo!
Então por que a sensação de incompletude, de falta?

Desejo?
Talvez.
...desejo: anseio, necessidade, apetite, isto é, um movimento dinâmico em direção a algo cuja atração sexual é sentida pela alma e pelo corpo.

Desejo!
Desejo de falar.
Falar tudo que deveria ter sido dito...
e que já havia sido dito.

Falar de novo!
Repetir,
 recordar...
quem sabe até elaborar!

 mas queria poder dizer tudo de novo.

Dizer: "estou com tanta..."
ou ainda " preciso muito de..."
ou "eu sempre vou... até me enxotares da tua vida."
apenas queira poder dizer tudo outra vez!

Mas, contudo, porém e entretanto...

tudo que deveria ter sido dito... havia sido dito!

e embora quisesse voltar a repetir ao pé do ouvido,
ou até por uma mensagem...
o que restava para dizer era apenas:
parabéns!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

doçura

Havia colocado sua melhor amardura!
A mais reluzente de todas. 
Completa!
Protegia-o de tudo! Armadura aperfeiçoada.
Caneleiras, gorjal, peitoral, elmo, absolutamente tudo!
Estava pronto... inatingível! 

(doce ilusão)

A arrogância... sempre quer falar mais alto. 
Achava que estava pronto, impenetrável. Enganou-se.

(doce ilusão)

Por mais forte que seja a defesa, a armadura... 
sempre há um ponto fraco, 
um calcanhar de Aquiles.

Não estava recuperado. Suas feridas ainda não haviam cicatrizado.
Não importava as defesas que havia preparado, eram insuficientes!

(doce ilusão)

Por baixo de sua armadura reluzente, 
a ferida ainda latejava, doía. 
Gritando: ei ainda estou aqui.

Mas a presunção falou mais alto. 
Dizendo: você pode, agora as coisas são diferentes, vá, vença!

(doce ilusão)

Porém o gosto do sangue ainda estava na boca. 
O nó ainda estava na garganta. 

Então caiu. Caiu em suas próprias armadilhas. 
Sua própria arrogância o derrotou. 
Tolo! 

(doce ilusão)

Não entendia. 
Tinha feito tudo que era preciso, 
que era necessário. 
Não foi suficiente. 
Estava errado. 

(doce ilusão)

Algumas feridas ficam abertas por muito tempo! 
E o tempo ainda não haviam cicatriazado estas feridas. 
E por mais forte e protegido que se achasse, 
ainda estava a mercê, de dores e sentimentos não esquecidos!

(doce ilusão)

Pobre cavaleiro da triste figura. 
Não aprendeu a diferença entre dar a mão e acorrentar a alma. 
Não aprendeu que enquanto feridas estão abertas... 
elas sangram! 

(doce ilusão)
 
E sangrou. 
Como há muito não sangrára. 
Na verdade ainda estava sangrando! 

Mas não queria se entregar sem lutar, 
ainda tinha coração, 
não havia aprendido a se render... 
mas no final das contas, 
não havia mais como lutar!

Não tinha mais armas.
Sua armadura estava em pedaços. 
Tentou de todas as formas esconder sua vergonha, 
entretanto, no fim, estava apenas derrotado.

Mas calma cavaleiro. 
Acredita-se que armaduras podem ser forjadas novamente. 
Acredita-se que feridas saram! 

E que os sangramentos estancam. 

E depois aponta-se para a cicatriz e diz-se: "eu lembro de quando ganhei essa aqui",
e acha-se graça de tudo isso.
Pois as dores ficaram para trás. 

Acredita-se que talvez um dia não se precise mais nem de armaduras, 
e enfrente-se tudo de peito aberto! 

só espero meu caro, 
que todo este acreditar, 
não seja mais uma de suas doces ilusões. 

sábado, 18 de fevereiro de 2012

só se não conseguir...

Se você não consegue mais olhar...
ligue!

Se não consegue mais ligar...
fuja!

Se não consegue mais fugir...
lute!

Se não consegue mais lutar...
grite!

Se ninguém lhe ouvir...
fale!

Se não consegue mais falar...
cale! 

(e ao calar ouça o silêncio)

Se o silêncio imperar...
 chore!

Se as lágrimas secarem...
sorria!

se não consegui sorrir (fingir)...
 parabéns!

(entretanto, viva sua dor)

Se for insuportável...
chore mais uma vez!

Quando choro passar..
siga em frente!

Se quiser olhar pra trás...
relembre!

Se não consegue mais relembrar...
olhe parao lado...
reviva!

Se não consegue mais reviver...
viva o novo!


Se não for suficiente...
sinta saudade!

Se a saudade apertar...
procure:
os olhos,
a ligação,
a fuga, 
a luta, 
o grito, 
a fala, 
o silêncio, 
o choro, 
o "sorriso", 
as lágrimas... 

procure as lembranças! (elas estão guardadas)

se não consegue mais...
se nada disso funcionar...
ame!

se o amor acabou...
não acredite!

se acreditar... 

me ensine como!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

maturidade

Dizem que maturidade é :"a capacidade de se viver em paz com aquilo que não podemos mudar!"
Pois ela nos permite, olhar com menos ilusões,
aceitar com menos sofrimento
e entender as adversidades com mais tranquilidade!

Me desculpe,
mas maturidade parece ser apenas um eufemismo,
para o uso de máscaras...
para a uma vida de aparências.

Aparentar força,
quando naqueles dias que queremos apenas "nada",
e temos de nos levantar e continuar.

Maturidade não passa de um paliativo,
para maquiar a dor de um mundo sem sentido,
para obrigar a rir e fingir que está tudo bem,
quando na verdade tudo o que se quer é chorar.

Maturidade não passa de um enganar-se a si mesmo,
disfarçando sentimentos.
Uma forma de enganar-se a si mesmo,
falando mansamente,
quando na verdade se quer apenas gritar.

Gritar muito,
não necessariamente para que alguém ouça,
mas apenas gritar.
Gritar por que está tudo errado,
ou porque está tudo certinho demais.

Maturidade é a forma mais cruel de iludir.
De iludir a si mesmo.
Quando as pessoas perguntam: " está tudo bem?"
E você quer dizer: "não! não está tudo bem!
Não está tudo tranquilo,
porque eu não sei o que fazer pra esquecer!
Porque está aqui,
está em "mim",
nos pensamentos,
nas ações,
na vontade de esquecer,
nas tentativas frustradas de dizer adeus!"

Maturidade...
é esquecer o que se sente!
e fingir que está tudo bem.

Maturidade é não conseguir dizer adeus!
Porque precisa-se do mínimo de atenção,
escondendo entretanto,
o que realmente se quer dizer,
talvez porque já tenha sido dito,
e não se pode mais repetir.

Pois tem que ser maduro,
mesmo quando não sabemos mais o que fazer
e temos que olhar
e falar com aquela pessoa que por um motivo ou outro,
deixou sua vida de cabeça pra baixo.
E se foi.

Por muito tempo buscamos maturidade,
para mascararmos aquilo que realmente sentimos.

Isso é ser maduro,
se você hoje, caro leitor,
consegue fazer isso,
parabéns!
Você é maduro o suficiente...
para ser tolo o suficiente,
vendo seus sentimentos lhe violarem,
apenas para ser alguém...
que não se é!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

passou?

a febre passou! 
os delírios se foram! 
o corpo está saudável! 

então por que não está melhor?
quando foi que tudo transormou-se?
quando foi que tudo se perdeu?
mas na verdade o "que" se perdeu?

Porque afinal de contas,
se perde aquilo que se teve,
não o que nunca aconteceu.

Hoje a febre passou...
porém ainda tem alguma coisa inflamada,
algo não resolvido.
Hoje os delírios se foram...
porém ainda não se encontrou uma lógica para tudo o que foi dito e escutado.
Hoje o corpo está saudável...
porém ainda está fraco,
ainda treme.

Esta tarde a febre passou,
os delírios se foram
e o corpo está saudável.
Mas ainda sim, se está doente...

Porque a febre que passou
não foi aquela que dá um frio por dentro,
aquela que faz necessitar não de um agasalho,
ou um lençol.
Mmas de um abraço...
aquele abraço.

Se está doente...
porque os delírios que se foram,
não são aqueles que fazem pensar no que se quer esquecer.
Aqueles delírios para se convencer de que tudo que ouviu...
não passou de uma mentira.
Os delírios de querer acreditar que ainda é possível...
não se foram.
Os delírios da fantasia,
dos sonhos nus...
dos sonhos das recordações.
Os delírios que se foram,
apenas deixaram espaço para o rosto ser arrastado em parte da realidade.

Ainda se está doente...
porque o corpo que está saudável,
é o das aparências,
não é aquele que ainda treme quando todos se vão,
percebe-se, porque sempre percebeu a solidão.
O corpo que está saudável,
não é aquele que tem de olhar pra trás
e acreditar que tudo que se viveu foi real,
não apenas uma ilusão.
Que as lembranças não foram apenas a supervalorização
de um sentimento unilateral,
que as palavras ao pé do ouvido,
na verdade não estavam destinadas a outro,
que o corpo,
os pensamentos,
o tempo,
o sorriso,
tudo...
na verdade sempre foi a tentativa frustrada viver uma ideia.
que desde o início estava fadada ao fracasso.

E não há nada mais adoecedor do que viver baseado em uma ideia.
uma ideia que por mais perfeita ou imperfeita que seja,
nunca passou de uma ideia. 


talvez por isso...
a febre passou, mas não o frio.
Os delírios se foram, mas as ideias ainda ficaram.
o corpo está saudável, mas a dor ainda está aqui.

a febre passou,
os delírios se foram
e o corpo está saudável...

mas ainda se está doente.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

só esta noite

A quanto tempo você não aparece!
É difícil admitir...
tô precisando muito de você!
Já não sei mais o que fazer!

Tento ocupar a mente,
mas já está complicado se concentrar,
continuo fazendo as mesmas coisas de antes,
só pra ver se você aparece.

Não tem funcionado,
mas continuo repetindo,
sou supersticioso.
Tento ficar reiterando padrões.

Procurar o mesmo lugar (com o corpo e com os olhos),
deitar do mesmo jeito,
fazer a mesma prece,
mas você não aparece.

Tenho tentado de tudo, sério mesmo.
Tenho até corrido.
as vezes até penso que vai dar certo.
mas ainda não deu.

Substuir você, talvez fosse a solução.

E já tentei substituir,
noites afora tenho buscado a companhia daquela...
que sempre vem antes de você.

Ela até me ajuda,
me faz acreditar que com o tempo você vai aparecer.
Posso até sentir você aproximando-se, quando estou embriagado por ela.
Mas quando fico só, nem sinal de você. 

aí ficamos o tempo e eu,
um encarando o outro.
E o tempo faz muita coisa por mim.
mas não é suficiente, preciso de você.

Desde quando você se foi,
já envelheci,
sem perceber, foi natural,
bem que dizem que você faz bem pra pele.

estou com saudades,
hoje lembro que quando passo a noite com você,
acordo tão melhor,
revigorado, feliz.

Isso é tudo que preciso,
não quero, na verdade nem consigo esquecer...
como é bom passar uma noite com você.

Fico me perguntando o que aconteceu,
lembro que algumas vezes não estive com você,
só para ficar em outras companhias,
mas não foi por isso que você sumiu, não mesmo.

Porque independente do que fosse feito,
 você sempre estava me esperando.
Sinto a sua falta,
meu corpo sente sua falta.

Passo noites inteiras pensando em você,
pedindo pra você cheguar.
As vezes você até dá o ar da graça,
e me faz acreditar que vai ficar,
mas depois passo dias e noites sem sua companhia. 

Só você me fazia esquecer os meus problemas,
e de vez enquando,
ainda me dava um sonho,
pra eu lembrar, de como a noite foi boa, no outro dia.

não tenho o costume de implorar,
não faz parte do meu estilo.
Mas por favor vem.
Pelo menos essa noite.

Nao sei quanto tempo estou sem dormir,
a culpa é sua,
você foi embora.
Tenho razão de sentir saudades,
tenho razão de te acusar,
houve um pacto implícito,
você rompeu e sem se despedir você foi embora.

E agora á 1 hora da manhã...
estou eu aqui te procurando.
te esperando.

por favor SONO,
aparece,
vem logo,
preciso muito de você,

Sempre me fiz forte,
mas sem você por perto,
não consigo,
tenho passado as noites em claro.

Vem só hoje SONO,
vem agora,
me faz esquecer tudo,
me entorpece,
me confundi as ideias antes de eu cair em teus braços.

Me dá um dos teus sonhos,
pra que amanhã tudo possa ser diferente.

Vem SONO,
só esta noite,
e te prometo que amanhã...
te deixo ir.
.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

tranquilidade

A vida estava tranquila,
muito tranquila,
tranquila por muito tempo.

Era bom pensar na vida sem responsabilidades,
sem controle dos corpos,
das idas e vindas, das saídas,
sem satisfações.
De certa forma confortável.

Usava-se sempre a desculpa de "não tem que acontecer",
"de não querer".
Até conseguia enganar alguns (outros vêem mais além do discurso),
mas nunca a si mesmo.

A vida era tranquila,
muito tranquila,
tranquila por muito tempo.
Mas quem disse que se enganava?
Quem disse que era completa?
Quem disse que era feliz?

até tentava transmitir tranquilidade.

Doce ilusão.
A ilusão de possuir o controle,
precisava do controle,
precisava de defesas.
Por que mexer em sentimentos a tanto abandonados, esquecidos?
Já havia aprendido a secar os olhos, e matar o coração.
Ou pelo menos tentava acreditar nisto.

Entretanto como em um efeito dominó,
as defesas caíram uma atrás da outra.
Tranquilidade,
Controle,
Conforto...
e tudo mudou.

Quando tudo caiu,
por um momento,
a poeira levantou sentimentos escondidos embaixo do tapete.
Sentimentos que por muito tempo,
não deu o direito da vida vive-los.

E a vida...
é feita de pequenos momentos,
daqueles detalhes que as vezes passam despercebidos,
mas que fazem toda a diferença.
porque o tempo é efêmero.
frenético.
Não combina com a tranquilidade.

tranquilidade que se foi,
porém que deixou muita coisa boa.
saudade. 

é quando fode tudo.

desejo!
a falta de algo que se perdeu!
sempre se está em busca do maldito desejo,
se torna refém dele,
desse vício frenético.

Por isso a falta,
a sensação de vazio,
a vontade de sempre estar por perto,
de saber como vai a vida?
se está tudo bem.

Por isso a busca pelo abraço, pelo olhar.
Não qualquer abraço,
nunca qualquer olhar.
Mas sim aqueles abraços e olhares,
que dizem tudo e nada ao mesmo tempo.
Que tiram da tranquilidade que se fingi ter,
e levam para um mundo conturbado,
sem explicação,
sem lógica,
sem controle,
e por quem não sem defesas...

Para uma tempestade,
onde é difícil segurar-se e manter um fogo aceso,
onde a única solução,
as vezes,
é apenas molhar-se.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

rotina

Já estava acostumado com a rotina,
noites adentro em conversas interessantes, ou banais.
Ligações tarde da noite,
para falar da vida,
dos planos,
das preocupações,
dos problemas...
de tudo, ou de nada.
Ligações apenas para ficar em silêncio,
ouvindo a respiração.

Já estava acostumado com a rotina,
de esperar uma mensagem,
de falar de saudade,
dos encontros,
das mãos dadas,
das discussões,
dos ciúmes,
dos pedidos de desculpas, do fazer as pazes.

Já estava acostumado com a rotina.
do cheiro,
do sorriso,
da boca,
do calor do corpo,
das noites dormidas juntos,
do amanhecer ao lado,
das despedidas (acreditando que algum dia seria diferente).

Já estava acostumado com a rotina.
Já planejava uma rotina...
mas o que são planos?
Além de uma tentativa de acreditar que algo vai durar...?
Durar o tempo que queremos que dure!?
então planeja-se, sempre acreditando que haverá mais tempo...
mas aí, ele acaba.

E o que resta?
é o desacostumar-se da rotina e dos planos que ela traz,
o dia daquele show,
aquele aniversário,
aquela viagem,
um outro natal,
uma formatura,
o filme em casa...
e esses dias chegam (como hoje) e vão,
e ficam os pensamentos da ausência,
do "devia estar aqui",
daquele "aonde está você?"

Restam os planos.
Acoplados á vontade de que eles se realizassem e virassem rotina.
O pior de tudo isso, é que longe da rotina já não se consegue planejar.
Como se planeja com sonhos e lugares vazios?
Como se planeja quando as coisas estagnaram,
não porque caíram na rotina,
mas, porque simplesmente, não conseguiu se acostumar a ela e modificá-la?

Então, se tenta resgatar os planos deixados para traz,
antes de tudo acontecer.
Quando os planos ainda eram pensados sozinhos,
quando não tinha ninguém ocupando lugar algum.
Porém, é tão difícil voltar atrás,
as coisas mudam,
as pessoas mudam,
os planos vão,
a saudade fica,
busca-se outra rotina,
para quem sabe se acostumar a ela.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Por que o adeus?


“Por que é tão difícil dizer adeus pra quem se ama?”.
 Foi a pergunta feita. Olho no olho, lágrimas nos olhos.
“Não sei, eu realmente não sei!”, foi a resposta.

Agora talvez, diante desta mesma pergunta, a resposta fosse outra.

É tão difícil dizer adeus pra quem se ama...
Por causa dos bons momentos juntos, falando alguma coisa ou nada.
Fazendo alguma coisa importante ou apenas estar por perto passando uma noite junto.

É tão difícil dizer adeus pra quem se ama...
Por causa das lembranças que ficaram,
lembranças de estações boas,
quando o sol brilhava,
quando os risos vinham à boca sem motivo nenhum,
quando o sorriso era fácil e realmente feliz.
E também de lembranças de estações difíceis,
quando a chuva molhava o rosto,
e uma lágrima podia até cair,
mas ainda sim, se estava acompanhado.

É tão difícil dizer adeus pra quem se ama...
Por causa dos pequenos detalhes,
daquele sorriso,
do olhar que diz tudo,
do jeito de falar,
das brincadeiras,
das palavras sérias (porém necessárias),
do toque, do beijo,
das partes, do todo.

É tão difícil dizer adeus pra quem se ama...
Por causa da dificuldade de deixar quem se ama ir,
mesmo quando já se fez tudo que se podia,
e se percebe que a hora do adeus está próxima,
e que por mais que se queria manter o que se tem, tem que deixar ir.
Não porque o amor tenha acabado, muito pelo contrário.
Porque se ama demais para se prender o que se ama.

E é tão difícil dizer adeus pra quem se ama...
porque investimos tanto neste amor,
que na hora de dizer adeus, não se está preparado.
  
É difícil dizer adeus pra quem se ama...
Porque quando dizemos adeus ficamos com um mundo de recordações...
de bons momentos vividos...
de lembranças que não voltam mais.

E infelizmente, não há como alimentar o amor apenas com recordações e lembranças.
Restando um vazio, uma dor que é impossível de se nominar.
Parecendo que tudo o quê restou, foram as lágrimas que agora não vão embora.

Entretanto, felizmente, na verdade este vazio, não é tão vazio assim,
porque fica preenchido exatamente por tudo de bom que se viveu.
Felizmente a dor em algum momento deixará de ser dolorosa, pois se transformará em saudade.
Saudade de memórias lindas, que sempre serão lembradas com muito carinho.

“Por que é tão difícil dizer adeus pra quem se ama?”. Foi a pergunta.

Hoje quero dizer a você, que é difícil dizer adeus pra quem se ama...

exatamente porque se ama.  


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

mais


Preciso de uma boa mulher...
Mais do que qualquer coisa.
Mais do que as noites,
mais do que os dias,
mais do que o sono,
mais do que a fome,
mais do que o medo.

Preciso de uma boa mulher...
Mais do que uma cerveja,
mais do que um cigarro (seja ele qual for)
mais do que os bons livros,
mais do que os bons filmes,
mais do que boas séries.
mais do que a espera no celular.

Preciso de uma boa mulher, mais do que o ps2,
mais do que a internet,
mais do que o futebol,
mais do que uma pizza,
mais do que o açaí.

Preciso de uma boa mulher...
Mais do que chuva,
mais do que o sol,
mais do que uma viagem
mais do que meus afazeres
mais do que a minha companhia,
mais do que a minha solidão.

Preciso de uma boa mulher, mais do que palavras.
mais do que um sorriso,
mais do que um olhar,
mais do que a saudade
mais do que a vontade de estar com você.

Hoje eu preciso de uma boa mulher...
Exatamente porque não tenho você.
Preciso de uma boa mulher mais do que de mim.
Preciso de uma boa mulher, até porque estar comigo agora a sós... não é nada agradável.
Preciso de uma boa mulher porque preciso de você, e preciso de você porque no final das contas preciso de mim. 
E preciso de mim precisamente, pelo fato de precisar de tudo isso... inclusive a precisão de você.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

perdido

Perdido dentro de sentimentos e emoções há muito abandonados.
Perdido dentro de si mesmo.
Perdido em caminhos por longo tempo deixados para trás, e não mais traçados.
Perdido por causa do medo. Medo de se entregar.
Perdido por causa do amor. Medo de amar.

Amor que não deixa voltar atrás, não deixa se arrepender.
Deixa apenas se jogar, sem nem ao menos saber onde se vai parar.
E mesmo sabendo que iria acabar, faria tudo de novo, mesmo querendo esquecer.

Agora é tarde demais, o gosto já ficou na boca, no nariz, nos ouvidos.
O gosto já está na pele, na lembrança do toque, nos pequenos detalhes.
O gosto está no ar, na chuva, está fora, está em tudo. Está dentro.

O que fazer então? Olhar para o teto paredes e chão.
Chão que te ampara quando tudo depois de lutado e vencido pareceu ter sido em vão.
Chão que aceita as lágrimas que caem,
porque a única pessoa que poderia fazer cessá-las é a mesma que faz chorar, e não vai estender a mão. 

Poderia ser racional e pensar que “a vida continua e se entregar é uma bobagem”,
ou que “amanhã vai ser diferente”
ou ainda lembrar que “amores sempre vem e amores sempre vão”.
Entretanto não importa o que se pense.
Ainda se está perdido e aparentemente... sozinho na escuridão.