sábado, 21 de abril de 2012

enquanto isso... ruas vazias


Hoje vi as ruas vazias. 

Andei só por elas, 
não pense que estou reclamando, 
eu até gosto disso.
Dá para pensar sobre as coisas. 
Sobre as pessoas. 
Sobre sentimentos. 
Sobre sensações. 
Sobre idéias. 
Sobre planos. 

Hoje andei nas ruas vazias. 

Não havia ninguém. 
Enquanto andava pensava. 
Pensava que enquanto eu andava nas ruas vazias, 
tudo estava do mesmo jeito, 
só que com ruas vazias. 

Nada pára! 
Agora por exemplo, as ruas ainda estão vazias. 
E enquanto escrevo estas linhas, 
penso no ontem, 
no hoje, 
penso no amanha.
Enquanto escrevo estas linhas pessoas dormem, 
sonham com o ontem, 
com o hoje, 
sonham com o amanha.

Enquanto escrevo estas linhas pessoas choram, 
choram por causa do que aconteceu, 
choram por causa do que acontece, 
e por causa do que vai acontecer.

Enquanto escrevo...
pessoas sorriem e se divertem, 
se despedem, 
se reencontram, 
pessoas vão e ficam. 
Fazem o que precisam, 
escolhem, 
se arrependem.
Enquanto escrevo...
pessoas mudam,
voltam a ser as mesmas,
se perdem,
se encontram.

Enquanto escrevo...
mesmo com as ruas vazias,
um mundo de coisa continua acontecendo,
freneticamente e sem parar.

Enquanto transformo meus pensamentos em palavras,
o mundo continua girando,
aqui... lá.
Em todo o lugar.

Talvez por isso o poeta disse:
“não importa em quantos pedaços o seu coração se parta
 o mundo não pára para que você o concerte”
                   (Shakespeare)

Por que não importa se agora as ruas estão vazias.
O que tem de ser preenchido é o aqui dentro.   

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