Havia colocado sua melhor amardura!
A mais reluzente de todas.
Completa!
Protegia-o de tudo! Armadura aperfeiçoada.
Caneleiras, gorjal, peitoral, elmo, absolutamente tudo!
Estava pronto... inatingível!
(doce ilusão)
A arrogância... sempre quer falar mais alto.
Achava que estava pronto, impenetrável. Enganou-se.
(doce ilusão)
Por mais forte que seja a defesa, a armadura...
sempre há um ponto fraco,
um calcanhar de Aquiles.
Não estava recuperado. Suas feridas ainda não haviam cicatrizado.
Não importava as defesas que havia preparado, eram insuficientes!
(doce ilusão)
Por baixo de sua armadura reluzente,
a ferida ainda latejava, doía.
Gritando: ei ainda estou aqui.
Mas a presunção falou mais alto.
Dizendo: você pode, agora as coisas são diferentes, vá, vença!
(doce ilusão)
Porém o gosto do sangue ainda estava na boca.
O nó ainda estava na garganta.
Então caiu. Caiu em suas próprias armadilhas.
Sua própria arrogância o derrotou.
Tolo!
(doce ilusão)
Não entendia.
Tinha feito tudo que era preciso,
que era necessário.
Não foi suficiente.
Estava errado.
(doce ilusão)
Algumas feridas ficam abertas por muito tempo!
E o tempo ainda não haviam cicatriazado estas feridas.
E por mais forte e protegido que se achasse,
ainda estava a mercê, de dores e sentimentos não esquecidos!
(doce ilusão)
Pobre cavaleiro da triste figura.
Não aprendeu a diferença entre dar a mão e acorrentar a alma.
Não aprendeu que enquanto feridas estão abertas...
elas sangram!
(doce ilusão)
E sangrou.
Como há muito não sangrára.
Na verdade ainda estava sangrando!
Mas não queria se entregar sem lutar,
ainda tinha coração,
não havia aprendido a se render...
mas no final das contas,
não havia mais como lutar!
Não tinha mais armas.
Sua armadura estava em pedaços.
Tentou de todas as formas esconder sua vergonha,
entretanto, no fim, estava apenas derrotado.
Mas calma cavaleiro.
Acredita-se que armaduras podem ser forjadas novamente.
Acredita-se que feridas saram!
E que os sangramentos estancam.
E depois aponta-se para a cicatriz e diz-se: "eu lembro de quando ganhei essa aqui",
e acha-se graça de tudo isso.
Pois as dores ficaram para trás.
Acredita-se que talvez um dia não se precise mais nem de armaduras,
e enfrente-se tudo de peito aberto!
só espero meu caro,
que todo este acreditar,
não seja mais uma de suas doces ilusões.
Ao menos de uma coisa não se pode reclamar: a dor é produtiva.
ResponderExcluirParabéns pelo texto.
obrigado. mas por enquanto... eu não queria tanta produtividade!
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