Confesso, gostaria de ser lembrado...
Não necessariamente, que me procurassem e viessem até mim...
Apenas ser lembrado, quando alguém perguntasse, a um velho amigo,
ou uma velha companheira de risos e choros...
- "Por onde anda fulano?"
E com um leve sorriso, acompanhado de olhos quase marejados, respondesse:
"Não sei!"
Sabendo que dentro deste "não sei",
uma vida de memórias passariam,
momentos que a nova vida não apagou,
que continuam lá,
nos recônditos da alma,
em uma fotografia,
um filme,
uma música,
uma tarde despretensiosa,
um dia perdido...
Gostaria de saber,
que por um segundo que seja,
uma lágrima de saudade quase caiu,
e se caiu,
encontrou nos lábios o conforto de um sorriso gostoso,
pois esse momento traria o conflito das lembranças inesquecíveis,
com a dor da distância.
Por um momento apenas, seria suficiente.