Hoje vi as ruas vazias.
Andei só por elas,
não pense que estou
reclamando,
eu até gosto disso.
Dá para pensar sobre as coisas.
Sobre as pessoas.
Sobre sentimentos.
Sobre sensações.
Sobre idéias.
Sobre planos.
Hoje andei nas
ruas vazias.
Não havia ninguém.
Enquanto andava pensava.
Pensava que enquanto
eu andava nas ruas vazias,
tudo estava do mesmo jeito,
só que com ruas vazias.
Nada pára!
Agora por exemplo, as ruas ainda estão vazias.
E enquanto escrevo estas
linhas,
penso no ontem,
no hoje,
penso no amanha.
Enquanto escrevo estas linhas
pessoas dormem,
sonham com o ontem,
com o hoje,
sonham com o amanha.
Enquanto
escrevo estas linhas pessoas choram,
choram por causa do que aconteceu,
choram
por causa do que acontece,
e por causa do que vai acontecer.
Enquanto escrevo...
pessoas sorriem e se divertem,
pessoas sorriem e se divertem,
se despedem,
se reencontram,
pessoas vão e ficam.
Fazem
o que precisam,
escolhem,
se arrependem.
Enquanto escrevo...
pessoas mudam,
voltam a ser as mesmas,
se perdem,
se encontram.
Enquanto escrevo...
mesmo com as ruas vazias,
um mundo de coisa continua acontecendo,
freneticamente e sem parar.
Enquanto transformo meus pensamentos em palavras,
o mundo continua girando,
aqui... lá.
Em todo o lugar.
Talvez por isso o poeta disse:
“não importa em quantos pedaços o seu coração se parta
o mundo não pára para que você o concerte”
(Shakespeare)
Por que não importa se agora as ruas estão vazias.
O que tem de ser preenchido é o aqui dentro.
pessoas mudam,
voltam a ser as mesmas,
se perdem,
se encontram.
Enquanto escrevo...
mesmo com as ruas vazias,
um mundo de coisa continua acontecendo,
freneticamente e sem parar.
Enquanto transformo meus pensamentos em palavras,
o mundo continua girando,
aqui... lá.
Em todo o lugar.
Talvez por isso o poeta disse:
“não importa em quantos pedaços o seu coração se parta
o mundo não pára para que você o concerte”
(Shakespeare)
Por que não importa se agora as ruas estão vazias.
O que tem de ser preenchido é o aqui dentro.