A vida estava tranquila,
muito tranquila,
tranquila por muito tempo.
Era bom pensar na vida sem responsabilidades,
sem controle dos corpos,
das idas e vindas, das saídas,
sem satisfações.
De certa forma confortável.
Usava-se sempre a desculpa de "não tem que acontecer",
"de não querer".
Até conseguia enganar alguns (outros vêem mais além do discurso),
mas nunca a si mesmo.
A vida era tranquila,
muito tranquila,
tranquila por muito tempo.
Mas quem disse que se enganava?
Quem disse que era completa?
Quem disse que era feliz?
até tentava transmitir tranquilidade.
Doce ilusão.
A ilusão de possuir o controle,
precisava do controle,
precisava de defesas.
Por que mexer em sentimentos a tanto abandonados, esquecidos?
Já havia aprendido a secar os olhos, e matar o coração.
Ou pelo menos tentava acreditar nisto.
Entretanto como em um efeito dominó,
as defesas caíram uma atrás da outra.
Tranquilidade,
Controle,
Conforto...
e tudo mudou.
Quando tudo caiu,
por um momento,
a poeira levantou sentimentos escondidos embaixo do tapete.
Sentimentos que por muito tempo,
não deu o direito da vida vive-los.
E a vida...
é feita de pequenos momentos,
daqueles detalhes que as vezes passam despercebidos,
mas que fazem toda a diferença.
porque o tempo é efêmero.
frenético.
Não combina com a tranquilidade.
tranquilidade que se foi,
porém que deixou muita coisa boa.
saudade.
é quando fode tudo.
desejo!
a falta de algo que se perdeu!
sempre se está em busca do maldito desejo,
se torna refém dele,
desse vício frenético.
Por isso a falta,
a sensação de vazio,
a vontade de sempre estar por perto,
de saber como vai a vida?
se está tudo bem.
Por isso a busca pelo abraço, pelo olhar.
Não qualquer abraço,
nunca qualquer olhar.
Mas sim aqueles abraços e olhares,
que dizem tudo e nada ao mesmo tempo.
Que tiram da tranquilidade que se fingi ter,
e levam para um mundo conturbado,
sem explicação,
sem lógica,
sem controle,
e por quem não sem defesas...
Para uma tempestade,
onde é difícil segurar-se e manter um fogo aceso,
onde a única solução,
as vezes,
é apenas molhar-se.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
rotina
Já estava acostumado com a rotina,
noites adentro em conversas interessantes, ou banais.
Ligações tarde da noite,
para falar da vida,
dos planos,
das preocupações,
dos problemas...
de tudo, ou de nada.
Ligações apenas para ficar em silêncio,
ouvindo a respiração.
Já estava acostumado com a rotina,
de esperar uma mensagem,
de falar de saudade,
dos encontros,
das mãos dadas,
das discussões,
dos ciúmes,
dos pedidos de desculpas, do fazer as pazes.
Já estava acostumado com a rotina.
do cheiro,
do sorriso,
da boca,
do calor do corpo,
das noites dormidas juntos,
do amanhecer ao lado,
das despedidas (acreditando que algum dia seria diferente).
Já estava acostumado com a rotina.
Já planejava uma rotina...
mas o que são planos?
Além de uma tentativa de acreditar que algo vai durar...?
Durar o tempo que queremos que dure!?
então planeja-se, sempre acreditando que haverá mais tempo...
mas aí, ele acaba.
E o que resta?
é o desacostumar-se da rotina e dos planos que ela traz,
o dia daquele show,
aquele aniversário,
aquela viagem,
um outro natal,
uma formatura,
o filme em casa...
e esses dias chegam (como hoje) e vão,
e ficam os pensamentos da ausência,
do "devia estar aqui",
daquele "aonde está você?"
Restam os planos.
Acoplados á vontade de que eles se realizassem e virassem rotina.
O pior de tudo isso, é que longe da rotina já não se consegue planejar.
Como se planeja com sonhos e lugares vazios?
Como se planeja quando as coisas estagnaram,
não porque caíram na rotina,
mas, porque simplesmente, não conseguiu se acostumar a ela e modificá-la?
Então, se tenta resgatar os planos deixados para traz,
antes de tudo acontecer.
Quando os planos ainda eram pensados sozinhos,
quando não tinha ninguém ocupando lugar algum.
Porém, é tão difícil voltar atrás,
as coisas mudam,
as pessoas mudam,
os planos vão,
a saudade fica,
busca-se outra rotina,
para quem sabe se acostumar a ela.
noites adentro em conversas interessantes, ou banais.
Ligações tarde da noite,
para falar da vida,
dos planos,
das preocupações,
dos problemas...
de tudo, ou de nada.
Ligações apenas para ficar em silêncio,
ouvindo a respiração.
Já estava acostumado com a rotina,
de esperar uma mensagem,
de falar de saudade,
dos encontros,
das mãos dadas,
das discussões,
dos ciúmes,
dos pedidos de desculpas, do fazer as pazes.
Já estava acostumado com a rotina.
do cheiro,
do sorriso,
da boca,
do calor do corpo,
das noites dormidas juntos,
do amanhecer ao lado,
das despedidas (acreditando que algum dia seria diferente).
Já estava acostumado com a rotina.
Já planejava uma rotina...
mas o que são planos?
Além de uma tentativa de acreditar que algo vai durar...?
Durar o tempo que queremos que dure!?
então planeja-se, sempre acreditando que haverá mais tempo...
mas aí, ele acaba.
E o que resta?
é o desacostumar-se da rotina e dos planos que ela traz,
o dia daquele show,
aquele aniversário,
aquela viagem,
um outro natal,
uma formatura,
o filme em casa...
e esses dias chegam (como hoje) e vão,
e ficam os pensamentos da ausência,
do "devia estar aqui",
daquele "aonde está você?"
Restam os planos.
Acoplados á vontade de que eles se realizassem e virassem rotina.
O pior de tudo isso, é que longe da rotina já não se consegue planejar.
Como se planeja com sonhos e lugares vazios?
Como se planeja quando as coisas estagnaram,
não porque caíram na rotina,
mas, porque simplesmente, não conseguiu se acostumar a ela e modificá-la?
Então, se tenta resgatar os planos deixados para traz,
antes de tudo acontecer.
Quando os planos ainda eram pensados sozinhos,
quando não tinha ninguém ocupando lugar algum.
Porém, é tão difícil voltar atrás,
as coisas mudam,
as pessoas mudam,
os planos vão,
a saudade fica,
busca-se outra rotina,
para quem sabe se acostumar a ela.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Por que o adeus?
“Por que é tão difícil dizer adeus pra quem se ama?”.
Foi a pergunta feita. Olho no olho, lágrimas nos olhos.
“Não sei, eu realmente não sei!”, foi a resposta.
Agora talvez, diante desta mesma pergunta, a resposta fosse outra.
É tão difícil dizer adeus pra quem se ama...
Por causa dos bons momentos juntos, falando alguma coisa ou nada.
Fazendo alguma coisa importante ou apenas estar por perto passando uma noite junto.
É tão difícil dizer adeus pra quem se ama...
Por causa das lembranças que ficaram,
lembranças de estações boas,
quando o sol brilhava,
quando os risos vinham à boca sem motivo nenhum,
quando o sorriso era fácil e realmente feliz.
E também de lembranças de estações difíceis,
quando a chuva molhava o rosto,
e uma lágrima podia até cair,
mas ainda sim, se estava acompanhado.
É tão difícil dizer adeus pra quem se ama...
Por causa dos pequenos detalhes,
daquele sorriso,
do olhar que diz tudo,
do jeito de falar,
das brincadeiras,
das palavras sérias (porém necessárias),
do toque, do beijo,
das partes, do todo.
É tão difícil dizer adeus pra quem se ama...
Por causa da dificuldade de deixar quem se ama ir,
mesmo quando já se fez tudo que se podia,
e se percebe que a hora do adeus está próxima,
e que por mais que se queria manter o que se tem, tem que deixar ir.
Não porque o amor tenha acabado, muito pelo contrário.
Porque se ama demais para se prender o que se ama.
E é tão difícil dizer adeus pra quem se ama...
porque investimos tanto neste amor,
que na hora de dizer adeus, não se está preparado.
É difícil dizer adeus pra quem se ama...
Porque quando dizemos adeus ficamos com um mundo de recordações...
de bons momentos vividos...
de lembranças que não voltam mais.
E infelizmente, não há como alimentar o amor apenas com recordações e lembranças.
Restando um vazio, uma dor que é impossível de se nominar.
Parecendo que tudo o quê restou, foram as lágrimas que agora não vão embora.
Entretanto, felizmente, na verdade este vazio, não é tão vazio assim,
porque fica preenchido exatamente por tudo de bom que se viveu.
Felizmente a dor em algum momento deixará de ser dolorosa, pois se transformará em saudade.
Saudade de memórias lindas, que sempre serão lembradas com muito carinho.
“Por que é tão difícil dizer adeus pra quem se ama?”. Foi a pergunta.
Hoje quero dizer a você, que é difícil dizer adeus pra quem se ama...
exatamente porque se ama.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
mais
Preciso de uma boa mulher...
Mais do que qualquer coisa.
Mais do que as noites,
mais do que os dias,
mais do que o sono,
mais do que a fome,
mais do que o medo.
Preciso de uma boa mulher...
Mais do que uma cerveja,
mais do que um cigarro (seja ele qual for)
mais do que os bons livros,
mais do que os bons filmes,
mais do que boas séries.
mais do que a espera no celular.
Preciso de uma boa mulher, mais do que o ps2,
mais do que a internet,
mais do que o futebol,
mais do que uma pizza,
mais do que o açaí.
Preciso de uma boa mulher...
Mais do que chuva,
mais do que o sol,
mais do que uma viagem
mais do que meus afazeres
mais do que a minha companhia,
mais do que a minha solidão.
Preciso de uma boa mulher, mais do que palavras.
mais do que um sorriso,
mais do que um olhar,
mais do que a saudade
mais do que a vontade de estar com você.
Hoje eu preciso de uma boa mulher...
Exatamente porque não tenho você.
Preciso de uma boa mulher mais do que de mim.
Preciso de uma boa mulher, até porque estar comigo agora a sós... não é nada agradável.
Preciso de uma boa mulher porque preciso de você, e preciso de você porque no final das contas preciso de mim.
E preciso de mim precisamente, pelo fato de precisar de tudo isso... inclusive a precisão de você.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
perdido
Perdido dentro de sentimentos e emoções há muito abandonados.
Perdido dentro de si mesmo.
Perdido em caminhos por longo tempo deixados para trás, e não mais traçados.
Perdido por causa do medo. Medo de se entregar.
Perdido por causa do amor. Medo de amar.
Amor que não deixa voltar atrás, não deixa se arrepender.
Deixa apenas se jogar, sem nem ao menos saber onde se vai parar.
E mesmo sabendo que iria acabar, faria tudo de novo, mesmo querendo esquecer.
Agora é tarde demais, o gosto já ficou na boca, no nariz, nos ouvidos.
O gosto já está na pele, na lembrança do toque, nos pequenos detalhes.
O gosto está no ar, na chuva, está fora, está em tudo. Está dentro.
O que fazer então? Olhar para o teto paredes e chão.
Chão que te ampara quando tudo depois de lutado e vencido pareceu ter sido em vão.
Chão que aceita as lágrimas que caem,
porque a única pessoa que poderia fazer cessá-las é a mesma que faz chorar, e não vai estender a mão.
Poderia ser racional e pensar que “a vida continua e se entregar é uma bobagem”,
ou que “amanhã vai ser diferente”
ou ainda lembrar que “amores sempre vem e amores sempre vão”.
Entretanto não importa o que se pense.
Ainda se está perdido e aparentemente... sozinho na escuridão.
Perdido dentro de si mesmo.
Perdido em caminhos por longo tempo deixados para trás, e não mais traçados.
Perdido por causa do medo. Medo de se entregar.
Perdido por causa do amor. Medo de amar.
Amor que não deixa voltar atrás, não deixa se arrepender.
Deixa apenas se jogar, sem nem ao menos saber onde se vai parar.
E mesmo sabendo que iria acabar, faria tudo de novo, mesmo querendo esquecer.
Agora é tarde demais, o gosto já ficou na boca, no nariz, nos ouvidos.
O gosto já está na pele, na lembrança do toque, nos pequenos detalhes.
O gosto está no ar, na chuva, está fora, está em tudo. Está dentro.
O que fazer então? Olhar para o teto paredes e chão.
Chão que te ampara quando tudo depois de lutado e vencido pareceu ter sido em vão.
Chão que aceita as lágrimas que caem,
porque a única pessoa que poderia fazer cessá-las é a mesma que faz chorar, e não vai estender a mão.
Poderia ser racional e pensar que “a vida continua e se entregar é uma bobagem”,
ou que “amanhã vai ser diferente”
ou ainda lembrar que “amores sempre vem e amores sempre vão”.
Entretanto não importa o que se pense.
Ainda se está perdido e aparentemente... sozinho na escuridão.
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