Então por que?
Por que, a sensação de que faltava algo a ser dito,
não ia embora?
Não abandonava os pensamentos?
Não sabia explicar!
Afinal, tudo que deveria ter sido dito... HAVIA SIDO DITO!
Então por que a sensação de algo ainda na garganta?
Algo que deveria sair.
Não sabia se gritando,
se entre soluços,
se vomitado,
se cuspido,
se entre sorrisos,
se entre olhares,
se entre beijos.
Não sabia como,
mas deveria sair.
Estava se sufocando.
E acredite, se engasgar com sólidos é díficil.
(sufoca-se até ficar roxo, ou mete-se o dedo na garganta e alivía-se)
mas sufocar-se com sentimentos...
ah... é bem pior.
Por isso queria falar.
Já dizia o poeta: "falar ajuda a aliviar dores emocionais"
Mas, tudo que deveria ter sido dito... HAVIA SIDO DITO!
Com todas as palavras,
e com toda a carga emocional que elas carregavam consigo!
Então por que a sensação de incompletude, de falta?
Desejo?
Talvez.
...desejo: anseio, necessidade, apetite, isto é, um movimento dinâmico em direção a algo cuja atração sexual é sentida pela alma e pelo corpo.
Desejo!
Desejo de falar.
Falar tudo que deveria ter sido dito...
e que já havia sido dito.
Falar de novo!
Repetir,
recordar...
quem sabe até elaborar!
mas queria poder dizer tudo de novo.
Dizer: "estou com tanta..."
ou ainda " preciso muito de..."
ou "eu sempre vou...
apenas queira poder dizer tudo outra vez!
Mas, contudo, porém e entretanto...
tudo que deveria ter sido dito... havia sido dito!
e embora quisesse voltar a repetir ao pé do ouvido,
ou até por uma mensagem...
o que restava para dizer era apenas:
parabéns!